sábado, 5 de setembro de 2009

Eles andam aí....

Desde há muito tempo que sentia estar em dívida para uns quantos amigos…e amigas, pois sempre achei que um dia haveria de escrever algo relacionado com os ideais que perfilham. Refiro -me àqueles tontinhos que colam autocolantes com a bandeira azul da monarquia na traseira dos carros, ou que colocam mini-estandartes com o mesmo símbolo junto do telefone e que compram pratos decorativos alusivos ao nascimento dos filhos do D. Duarte Pio de Bragança (isto considerando que é efectivamente este o legítimo herdeiro do perdido trono português, descendendo de D. Miguel, e não os Duques de Loulé, descendentes de D. Pedro).
São estas pessoas que citam frequentemente um estudo da extinta revista “Flash” que afirmava que os portugueses, pelo menos no seu íntimo, eram monárquicos uma vez que as vendas da referida revista subiam cerca de 40% de casa vez que os Duques de Bragança apareciam na capa, e que afirmam que uma vez que o Presidente da República ocupa mormente funções representativas, essas funções poderiam facilmente ser desempenhadas por um rei, como aliás acontece na maioria das nações europeias mais desenvolvidas (Suécia, Noruega, Dinamarca, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Espanha…) - como estudante de direito permito-me discordar neste ponto, mas apresentarei apenas os argumentos mais frequente utilizados pelos apoiantes da causa monárquica.


Quando decidi tratar este tema, pensei começar por abordar o carácter monárquico ou republicano da cidade do Porto. Mas acabei por ficar com dúvidas.
Por um lado, o Dr.Júlio Couto – conhecido escritor portuense - afirmou recentemente numa entrevista que o Porto é uma cidade marcadamente republicana, referindo-se aos acontecimentos de 31 de Janeiro de1891, quando pela primeira vez a república foi proclamada no nosso país, mais concretamente à varanda da câmara municipal cidade do Porto. Todavia, a revolta primou pelo amadorismo e não durou mais do que umas horas
No entanto, foi também no Porto que a 19 de Janeiro de 1919, na sequência de um golpe de estado resultante do assassinato do Presidente da República Sidónio Pais foi restaurada a chamada "Monarquia do Norte”, que duraria até 13 de Fevereiro do mesmo ano. Situação esta que contraria definitivamente a tese do Dr. Júlio Couto

Enquanto eu me debatia com este entrave histórico e procurava a melhor maneira de abordar este assunto, os acontecimentos ultrapassaram-me.
Em 2009, ano de crise económica e social, de múltiplas eleições, e quando se aproxima a comemoração dos 100 anos sobre a implantação (definitiva) da Républica em Portugal….os monárquicos começaram a sair do armário e a demonstrar que são, como eu já sabia, mais do que os filhos da fidalguia rural falida, toureiros ou fadistas.
A primeira acção não passou despercebida, quando no dia 10 de Agosto, activistas do blog “31 da Armada” (
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/) hastearam a bandeira monárquica na varanda da câmara municipal de Lisboa.
Todavia tiveram a infelicidade de retirar a bandeira do município que lá se encontrava e, por isso acabaram por ser responsabilizados criminalmente.

No dia 20 de Agosto, a proeza repetiu-se na praça da câmara municipal de cascais, e, embora a autoria da acção não tivesse sido reclamada por nenhum blog apoiante da causa monárquica, pelo menos desta vez tiveram a sensatez de não permitir qualquer enquadramento da acção como crime.
Ontem , 4 de Setembro, foi a vez da nossa cidade do Porto aderir ao movimento (tardou mas não falhou!). Desta vez, o trabalho fico a cargos dos seguidores do blog “Portugal Monárquico” (
http://portugal-monarquico.blogspot.com/) e não se ficou por um simples hastear da bandeira….


Para terminar, um abraço a todos os monárquicos de Portugal, e em especial aos que conheço, pois apesar de não me sentir minimamente identificada com a causa, não deixo de admira a sua persistência….e rebeldia!

Reentré

Bom, e depois de umas largas semaninhas de descanso eis que volto agora a activar este blog, caído temporariamente no esquecimento.
Confesso que durante este tempo de paragem varias vezes me assaltaram duvidas sobre se deveria ou não continuar a escrever. Mas recentemente uma conversa com um amigo recordou me inesperadamente a razão porque comecei este blog e bastou então uma revisão aos comentários que foram deixados nos artigos que ao longo de cerca de 6 meses escrevi para perceber que não podia parar….
Por isso aqui estou eu, de volta à acção!

E já agora, apesar da proximidade de um acto eleitoral de tanta importância como as eleições legislativas de 27 de Setembro, prometo não publicar, pelo menos até lá, nenhum artigo de conteúdo marcadamente político.