terça-feira, 20 de abril de 2010

Com os pés bem assentes na terra....

Por estes dias, anda para aí um vulcão islandês a expelir cinza e a parar praticamente todos os aviões do hemisfério norte, o que tem levado milhares e milhares de pessoas ao desespero e empurrado a economia ainda mais para o fundo. (digam a verdade, antes disto quantas vezes já se tinham apercebido que aquele país existia?).
Bom, seja como for, quis me solidarizar com toda essa gente que viaja durante horas de comboio ou de autocarro pelas estradas da Europa só para tentar chegar a casa.
Mas não me apetecia muito escrever,sabem como é a preguiça....
Foi então que me lembrei do célebre discurso produzido pela Sofia no aeroporto de Frankfurt, a caminho da Dinamarca e, mais tarde reproduzido por mim e pela Ana noutras circunstâncias (foi este último o utilizado). Aqui fica um pouquinho de filosofia de Terminal de aeroporto:

"Penso que aquele aeroporto é um dos lugares que melhor demonstra a falta de interesse que as pessoas hoje têm umas pelas outras e, por outro lado, aquilo que sempre será o melhor do nosso mundo, os sentimentos.
Ali, na zona de trânsito apenas vi pessoas atarefadas, passando apressadamente para as suas portas de embarque, sem sequer reparem nas caras daqueles com quem se cruzavam. Mesmo os que, como nós tinham de esperar pela partida do seu voo, dedicavam-se quase sempre a actividades individualistas como ler, ouvir musica com “phones” ou até mesmo aproveitar para trabalhar nos seus computadores portáteis. Poucos eram os que conversavam.
Porém, se estivéssemos na área das chegadas, certamente que veríamos pessoas a abraçar-se, lágrimas a correr ao avistar alguém querido que deixara muitas saudades, beijos apaixonados…. tudo o que demonstra que o amor existirá sempre enquanto existirem homens, mesmo que estes também sejam capazes de cometer os maiores actos de ódio."



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Imagens que valem por todas as palavras do mundo

Este vídeo foi parar ao facebook à custa de um ani-portuense arrependidíssimo (como seria de esperar) que me quis pedir desculpa por ter demorado quase dois anos a entender aquilo que eu me farto de expôr aqui. Quer dizer,para ser franca não e bem da cidade que ele tem saudades,mas vamos fazer de conta...
Seja como for, quando vi,fiquei inesperadamente comovida com as imagens, eu admito, não estava a espera que fosse tão forte.
Acho que até agora é a melhor ilustração do espírito de Cidade das Sombras que já encontrei e duvido que possa haver melhor. A quem fez a selecção, os meus mais sinceros parabens.
Ao "caramónico", mil obrigados, do fundo do coração adorei a homenagem e foi um dos presentes mais bonitos que ja me ofereceram....estas sempre a dizer que eu faço tudo por ti, acho que agora estamos quites porque posso dizer, que es das poucas pessoas que me entendes realmente e este video demonstra isso!


segunda-feira, 15 de março de 2010

Palhaçada no parlamento

So falta dizer que o senhor em causa é sobrinho do Dr. Mario Soares!!!!

Sem palavras....

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Just a inocent joke

Sócrates foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhado de
uma comitiva.
Depois de apresentar todas as maravilhosas realizações de seu governo, disse às criancinhas que iria responder perguntas.
Uma das crianças levantou a mão e Sócrates perguntou:
- Qual é o seu nome, meu filho?
- PAULINHO. (lembre-se bem deste nome)
- E qual é a sua pergunta?
- Eu tenho três perguntas:

1ª)Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?
2ª)Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?
3ª)O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?

Sócrates fica desnorteado, mas neste momento a campainha para o
recreio toca, ele aproveita e diz que responderá depois do recreio.


Após o recreio, Sócrates diz:
- Porreiro Pá, onde estávamos? Acho que eu ia responder perguntas.
Quem tem perguntas?
Um outro garotinho levanta a mão e Sócrates aponta para ele.
- Pode perguntar, meu filho. Como é o seu nome?
- Joãozinho, e tenho cinco perguntas:
1ª)Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?
2ª)Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?
3ª)O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?
4ª)Por que é que a campaínha do recreio tocou meia hora mais cedo?
5ª)Onde está o PAULINHO??

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A cidade da Républica

É com enorme prazer que comemoro o primeiro aniversário do meu blog, com a minha cidade das sombras no centro das atenções. Que outra forma melhor haveria?

Este fim de semana, no Porto, reinou a agitação. Motivo: a abertura das comemorações do primeiro centenário da Républica portuguesa com a evocação dos acontecimentos de 31 de Janeiro de 1891 .Eu sei que nao faz 100 anos sobre esta data, mas ela está indissoluvelmente ligada à República, pelo que não podia deixar de ser celebrada em conjunto com ela.
Como cidadã activa e particpativa, replublicana (sim, admito que mais por hábito do que por convicção) mas acima de tudo como portuense convicta decidi empenhar-me a sério nesta comemoração. Mas antes de falar sobre a festa propriamente dita, fica aqui um pequeno resumo dos acontecimentos que agora se celebram....só para os mais distraídos!

Na madrugada do último dia de Janeiro de 1981, um ano após o Ultimato Inglês, um grupo de soldados dirigidos por sargentos marcharam pela cidade em direcção ao então Campo de Sto.Ovídeo, actual Praça da Républica. Aí juntou-se-lhes um outro grupo liderado pelo Alferes Malheiro e, juntos, desceram pela Rua do Almada em direcção à câmara municipal que se situava mais ou menos onde hoje é a Praça da Liberdade. Pelo caminho, uma multidão de portuenses juntou-lhes em romaria, aplaudindo e incitando-os, oferecenho-lhes água e comida e colocando colchas brancas nas janelas.
Da varanda da câmara municipal (o edifício já não existe, mas as suas famosas varandas foram mantidas pela cidade e tranferidas para os jardins do Palácio de Cristal e ainda lá estão oferecendo um excelente local para namoro e fotografias, estou certa, teresinha?) Alves da Veiga procalmaou pela primeira vez a Républica no nosso país e, terminado o seu discurso de improviso, o sargento Abílio gritou "Viva a Répública!" sendo imitado pela multidão.
Depois o numeroso grupo começou a subir a Rua de Sto. António (31 de Janeiro desde o 25 de Abril), tendo como objectivo tomar os correios e o telégrafo da Praça da Batalha. Mas na escadaria da igreja de Sto. Idelfonso aguardava-os um destacamento da Guarda Munincipal que não se coibiu de abrir fogo sobre a multidão. Em minutos a rua ficou coberta de mortos e de feridos. Algumas balas dos revoltosos deixaram mesmo marcas nas paredes da igreja, acho que ainda lá estão, à esperda de serem vistas. Entedem agora de onde surgiu a conhecida expressão nortenha " Armar um trinta e um"?
Bom, dezenas de pessoas foram detidas e levadas para julgamento num barco atracado ao largo de Matosinhos pois as autoridades temiam um levantamento em massa da população da cidade.

Falhanço ou não, certo é que o Porto foi a primeira cidade republicana do país e o primeiro lugar onde se tocou "A Portuguesa", por favor lembrem-se disto quando no Mundial de 2010 ouvirem tocar nosso hino! Malhas que o império tece, a "sargentada" ficou esquecida na história cabendo a Lisboa todas as honras da Implantação da Républica, embora só o tivesse feito quase 20 anos depois de nós.

As comemorações começaram no final da tarde de dia 30. Descemos à Av. dos Aliados e aí ofereceram-nos um panfleto com a programação oficial, e, porque estamos no Porto, uma capa de plástico para nos protegermos da eventual chuvada! XD
A reconstituição dos acontecimentos estava marcada para as 18.30 mas só começou meia hora depois, valeu nos a música Celta enquanto esperámos.
Da Rua do Almada surge então uma multidão de soldados e gente vestida à época, ouve-se o hino e da varanda do edifício do Banco de Portugal, o conhecido actor portuense António Reis proclamou a República. Tão concentrado que estava no espírito da época, esqueceu-se de que em 2010 existem microfones e numa pausa do discurso deixou fugir um carismático " Tira a bandeira da minha frente cara**" para o actor que estava ao seu lado" .
Findo o discurso gritou-se "Viva a Républica!",os portuenses de hoje aplaudiram e no céu rebentaram foguetes e fogo de artifício que fizeram levantar as aves da avenida.
Depois os soldados prefilaram-se e "dispararam" uns quantos tiros, a multidão de 2010 afastou-se para deixar passar os cavalos da GNR que vinham da 31 de Janeiro substituindo a Guarda Municipal da época. As pessoas rodearam os dois grupos, deu-se o confronto, ali mesmo frente ao Banco, foi disparado um canhão também ele oitocentista e no fim, restaram no chão vários corpos representantdo os mortos e os feridos da revolta (felizmente estes levantaram-se pouco depois). Foi quase tão improvisado como a própria revolução mas por isso mesmo genuíno...valeu a pena. Quem viu nunca mais esquece!

Depois do jantar, rumámos ao coliseu onde quatro consagradas vozes portuenses: Rui Veloso, Sérgio Godinho ,Rui Reininho e Pedro Abrunhosa se juntaram num concerto único e irrepetível!
Haveria muito a dizer mas fica no segredo só posso dizer que me arrepiei de ouvir a sala inteira entoar a "Pronúncia do Norte" num dueto Reininho/ Abrunhosa, bem melhor que o original e que quase me vieram as lágrimas aos olhos com o "Porto Sentido" que aliás foi o texto com que abri este blog, há um ano atrás.

A manhã de 31 ficou reservada às cerimónias de Estado e, por isso descemos de novo à avenida. Foi hasteada a bandeira, ouviu-se o hino e, passando a parada militar à frente que, por motivos pessoais detesto, restaram os discursos das individualidades.
O primeiro a falar foi o Dr. Artur Santos Silva, presidente da Comissão para a Comemoração do Centenário da República, ilustre portuense originário de uma família impecável de republicanos e homens de Estado. Foi um discurso intenso, carregado de valores onde a história da cidade se cruzou com a da sua própria família. Não estivesse já de pé e ter me ia levantado para aplaudir este senhor, nobre e digno socialista (uma raridade nos dias que correm!)
Veio depois o sr. 1º ministro José Socrates, que não se livrou de umas vaias antes de começar a falar. Um discurso pacífico e unificador admito, mas um tanto ao quanto vazio de conteúdo. Além disso sobram críticas: era uma cerimónia, não um comício,por isso era dispensável o tom de campanha eleitoral e foi uma pena só se ter lembrado das virtudes dos portuenses no final do discurso. Mas recordarei para sempre as suas palavras, Sr. 1º ministro "O Porto foi e continua a ser um grande símbolo de liberdade." Garanto-lhe que tudo farei para as manter verdadeiras ....mesmo que seja contra a sua vontade!
Por fim, o Sr. Presidente da República encerrou a pompa,com um discurso semelhante mas mais valorativo e sem dúvida com uma forma muito mais elaborada, onde abundavam as citações de homens ilustres da 1ª República. Foi um pouco entediante, mas valeu a pena vê-lo quebrar todas as regras do protocolo (quem trabalha nestas coisas sabe a dor de cabeça que é!!!) e avançar a pé avenida fora para a Câmara cumprimentando com apertos de mão todos os que lhe apareceram no caminho. Grande carácter, sem dúvida!

De tarde ainda houve abertura de uma exposição fotográfica sobre a resistência republicana no período da ditadura no Centro Português de Fotografia na antiga Cadeia da Relação, na Cordoaria. Mas essa fica para o próximo fim de semana que tanta actividade cultural ainda faz mal ao cérebro!

E à noite ainda podíamos ir ao Ateneu Comercial a uma conferência com ao Grão- Mestre da Maçonaria, porque a organização e a República estão indissoluvelmente ligadas (aliás, lamento desiludir os mais crédulos mas o verde e vermelho da nossa bandeira nada têm a ver com o sangue derramado dos nossos antepassados e com os campos verdejantes de Portugal, como vos ensinaram na escola, são antes as cores da Maçonaria). Mas como ia dizer, eu, por mim fujo de tudo o que seja secreto. E o melhor mesmo é ir para casa que esta República toda já me está a dar fome!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Senhoras donas, por favor!
2008-09-28
Por Alice Vieira

Cada país (cada língua, cada cultura) tem a sua maneira específica de se dirigir às pessoas. Mal passamos Vilar Formoso, logo toda a gente se trata por tu, que os espanhóis não são de etiquetas nem de salamaleques.
Mas nós não somos espanhóis.
Também não somos mexicanos, que se tratam por "Licenciado" Fulano. Nem alinhamos com os brasileiros, para quem toda a gente é "Doutor", seguido do nome próprio: Doutor Pedro, Doutor António, Doutor Wanderlei, etc..
Por cá, Doutor é seguido de apelido, e as mulheres, depois de passarem por aqueles brevíssimos segundos em que são tratadas por "Menina", passam de imediato-- sejam casadas, solteiras, viúvas ou amigadas, sejam velhas ou novas, gordas ou magras, feias ou bonitas, ricas ou pobres -à categoria de "Senhora Dona".
Mas parece que uns estranhos ventos sopraram pelas cabeças das gerações mais novas que fizeram o "dona" ir pelos ares ou ficar no tinteiro. Quando recebo daqueles telefonemas que me querem impingir tudo o que se inventou à face da terra-- desde "produtos" bancários que me garantem vida farta, até prémios que supostamente ganhei por coisas a que nunca concorri-sou logo tratada por "Senhora Alice." Respondo sempre: " trate-me por tu, se quiser; ou só pelo meu nome, se lhe apetecer; mas nunca por Senhora Alice".
Mas o cérebro destes pobrezinhos não foi formatado para encontrar resposta a estas coisas, e exclamam logo: "ah, então não é a Senhora Alice que está ao telefone!"
Eu sei que isto não é uma coisa importante, mas que é que querem, irrita-me quando oiço este tratamento dado às mulheres.
Tal como me irrita quando vejo/oiço um jornalista tratar por você alguém com o dobro da idade dele.
É uma questão de delicadeza. De respeito. E de saber falar português. Três coisas-admito-completamente fora de moda.
Pois qual não é o meu espanto quando, aqui há dias, na televisão, oiço o Senhor Primeiro Ministro referir-se assim à mulher (também odeio a palavra "esposa"…) do Comendador Manuel Violas. "A Senhora Celeste…." (não sei se é este o nome da senhora, mas adiante).
Fico parva. Nos cursos todos que tirou, ninguém lhe ensinou que as senhoras são todas "Senhoras Donas"?
Parafraseando livremente o nosso Augusto Gil, "que quem trabalha num call-center nos faça sofrer tormentos… enfim!/ Mas o Primeiro Ministro, Senhor? Por que nos dás esta dor? Por que padecemos assim?"



Subescrevo plenamente!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vou começar a construir miniaturas da Torre dos clérigos

No passado dia 13 de Novembro, Silvio Berlusconi foi agredido na cara por um homem em fúria que utilizou para tal uma miniatura da Catedral de Milão.
Partiu dois dentes, o nariz e um litro de sangue.
O homem em causa infelizmente tinha problemas mentais. Assim, ninguém se apercebeu de que deve ser o único desgraçado em Itália a fazer alguma coisa contra aquele...( é melhor nao usar este tipo de linguagem!)
Vou contrutir miniaturas da Torre dos Clérigos (ou da Torre de Belém para eles saberem identificar) e aplicar o mesmo tratamento aos nosso políticos. Que tal
?